quarta-feira, 10 de julho de 2019

Pré-modernismo - Aula teórica

Pré-modernismo

Pré-Modernismo é o período anterior à Semana de Arte Moderna de 1922.
Resultado de imagem para primeira guerra mundialÉ um período de transição, pois notamos tanto características conservadoras, ligadas ao Parnasianismo, quanto características de uma literatura mais engajada, voltada para a realidade brasileira.
Didaticamente, o Pré-Modernismo iniciou-se em 1902, com a publicação das obras Os sertões, de Euclides da Cunha, e Canaã, de Graça Aranha. Estendeu-se por um curto período, até 1922, com a Semana de Arte Moderna.

Contexto sócio-histórico e características literárias
a) Mundial
• Pré-guerra
• Primeira Guerra Mundial (1914–1918)
• Revolução Russa (1917)
• Vanguardas Europeias
B) Brasileiro
• Revolta de Canudos (1897)
• Revoltada Vacina (1904 - RJ)
• Revolta da Chibata (1910 - RJ)
• Greves operárias (1917 - São Paulo)
• Política do café com leite

Características
O Pré-Modernismo promove uma ruptura com o passado, isto é, as novas produções rompem com os modelos pré-estabelecidos, preocupando-se com a denúncia da realidade não oficial, que passa a ser a temática do movimento. Observamos o regionalismo: sertões nordestinos, interior paulista, subúrbio carioca, entre outras regiões, são cenários para os romances. Dessa forma, os autores desse período preferem retratar tipos humanos marginalizados, tais como o sertanejo nordestino, o caipira, o mulato e o imigrante. Além disso, notamos a conexão com fatos políticos, econômicos e sociais contemporâneos.

Autores e obras


Euclides da Cunha (1866 – 1909)

Resultado de imagem para euclides da cunhaFormou-se engenheiro militar, em 1892, entretanto, foi como jornalista que viajou e escreveu sua obra mais significante, intitulada Os Sertões. Essa obra é o resultado do seu trabalho como correspondente jornalístico do jornal O Estado de S. Paulo. A preocupação com a realidade e o caráter inconformista de Euclides caracterizam-no como um pré-modernista. O autor faz uma análise científica da sociedade brasileira e mostra que o homem é vítima do processo social e geográfico. Dessa forma, apresenta a vida do sertanejo e sua labuta para sobreviver, lutando contra a miséria e pobreza. A obra é dividida em três partes: a terra, o homem e a luta.



Graça Aranha (1868 – 1931)

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Foi escritor e diplomata, além de membro da Academia Brasileira de Letras, tendo colaborado com a organização da Semana de Arte Moderna, em 1922. Sua obra mais representativa intitula-se Canaã e aborda a questão da imigração alemã no estado do Espírito Santo.






Monteiro Lobato (1882 – 1948)

Resultado de imagem para monteiro lobatoFoi escritor, tradutor, editor de livros, contista, ensaísta e promotor público.
O autor é mais conhecido na Literatura Infantil, entretanto, escreveu críticas severas sobre os problemas sociais brasileiros. Produziu um artigo polêmico, intitulado “Paranoia ou Mistificação”, que foi uma crítica à exposição da pintora Anita Malfatti.
Criador do personagem Jeca Tatu, apresentou os costumes e hábitos do povo, caracterizando-se como escritor regionalista. Obras: Jeca Tatu (1919), Urupês (1918), Cidades Mortas (1919), Negrinha (1920), O Presidente Negro (1926), além da coleção Sítio do Pica-Pau Amarelo.

Lima Barreto (1881 – 1922)

Resultado de imagem para lima barretoFoi escritor, jornalista e funcionário público. Não conseguiu formar-se como engenheiro na Politécnica do Rio de Janeiro. Sua vida é marcada pelo preconceito e a discriminação racial. O autor foi rejeitado para a Academia Brasileira de Letras, pois sua obra tinha um tom despojado e coloquial. Lima Barreto retratou o dia a dia do subúrbio carioca, apresentando personagens marginalizados, por isso, incomodando a classe dominante, a qual tentava anular o seu discurso. Suas obras principais são Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1908), O Homem que Sabia Javanês e outros contos (1911), Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915), Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919), Histórias e Sonhos (1920), Os Bruzundangas (1922) e algumas obras póstumas: Clara dos Anjos (1956), Diário Íntimo (1956) e Cemitério dos Vivos (1956) SCHWARCZ, (2011 apud BARRETO, Lima; p. 15-53)


Sugestões de filmes
PAIXÃO e Guerra no Sertão de Canudos. Direção: Antônio Olavo. Brasil: [s.n.], 1993. (78 min), documentário.
POLICARPO Quaresma: Herói do Brasil. Direção: Paulo Thiago. Brasil: [s.n.], 1998. (120 min), comédia.

Referências
BARBOSA, Francisco de Assis. Lima Barreto. Rio de Janeiro. Agir, 2005.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens. São Paulo: Saraiva, 2013. v. 3.
NICOLA, José de. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. 16. ed. São Paulo: Scipione, 2003.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. “Lima Barreto: termômetro nervoso de uma frágil República”. In: BARRETO, Lima. Contos completos de Lima Barreto. São Paulo; Companhia das Letras, 2011, p. 15-53.

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