Competências são as modalidades estruturais da inteligência, ou melhor, ações e operações que utilizamos para estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer.
As habilidades decorrem das competências adquiridas e referem-se ao plano imediato do “saber fazer”. Por meio das ações e operações, as habilidades aperfeiçoam-se e articulam-se, possibilitando nova reorganização das competências.
A partir das competências cognitivas globais, identificou-se o elenco de habilidades correspondentes, e a matriz assim construída fornece indicações do que se pretende valorizar nessa avaliação, servindo de orientação para a elaboração de questões que envolvam as diferentes áreas do conhecimento. Busca-se, dessa maneira, verificar como o conhecimento assim construído pode ser efetivado pelo participante por meio da demonstração de sua autonomia de julgamento e de ação, de atitudes, valores e procedimentos diante de situações-problema que se aproximem o máximo possível das condições reais de convívio social e de trabalho individual e coletivo.
Todas as situações de avaliação estruturam-se de modo a verificar se o participante é capaz de ler e interpretar textos de linguagem verbal, visual (fotos, mapas, pinturas, gráficos, entre outros) e enunciados:
• identificando e selecionando informações centrais e periféricas;
• inferindo informações, temas, assuntos, contextos;
• justificando a adequação da interpretação;
• compreendendo os elementos implícitos de construção do texto, como organização, estrutura, intencionalidade, assunto e tema;
• analisando os elementos constitutivos dos textos, de acordo com sua natureza, organização ou tipo;
• comparando os códigos e linguagens entre si, reelaborando, transformando e reescrevendo (resumos, paráfrases e relatos).
COMPETÊNCIAS
I
Dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica.
II
Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das
manifestações artísticas.
III
Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV
Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
V
Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
Habilidades e questões com gabarito
Habilidade 1
Dada a descrição discursiva ou por ilustração de um experimento ou fenômeno, de natureza científica, tecnológica ou social, identificar variáveis relevantes e selecionar os instrumentos necessários para realização ou interpretação do mesmo.
A gasolina é vendida por litro, mas em sua utilização como combustível, a massa é o que importa. Um aumento da temperatura do ambiente leva a um aumento no volume da gasolina. Para diminuir os efeitos práticos dessa variação, os tanques dos postos de gasolina são subterrâneos. Se os tanques não fossem subterrâneos: I. Você levaria vantagem ao abastecer o carro na hora mais quente do dia pois estaria comprando mais massa por litro de combustível. II. Abastecendo com a temperatura mais baixa, você estaria comprando mais massa de combustível para cada litro. III. Se a gasolina fosse vendida por kg em vez de por litro, o problema comercial decorrente da dilatação da gasolina estaria resolvido. Destas considerações, somente
a) I é correta.
b) II é correta.
c) III é correta.
d) I e II são corretas.
e) II e III são corretas.
Resposta: Alternativa E
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Um armazém recebe sacos de açúcar de 24 kg para que sejam empacotados em embalagens menores. O único objeto disponível para pesagem é uma balança de 2 pratos, sem os pesos metálicos.
Realizando uma única pesagem, é possível montar pacotes de:
a) 3 kg.
b) 4 kg.
c) 6 kg.
d) 8 kg.
e) 12 kg.
Resposta:Alternativa E
Realizando exatamente duas pesagens, é possível montar pacotes de:
a) 3 kg ou 6 kg.
b) 3 kg, 6 kg ou 12 kg.
c) 6 kg, 12 kg ou 18 kg.
d) 4 kg ou 8 kg.
e) 4 kg, 6 kg ou 8 kg.
Resposta: Alternativa C
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Em um gráfico cartesiano de variável socioeconômica ou técnico-científica, identificar e analisar valores das variáveis, intervalos de crescimento ou decréscimo e taxas de variação.
As sociedades modernas necessitam cada vez mais de energia. Para entender melhor a relação entre desenvolvimento e consumo de energia, procurou-se relacionar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de vários países com o consumo de energia nesses países. O IDH é um indicador social que considera a longevidade, o grau de escolaridade, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita e o poder de compra da população. Sua variação é de 0 a 1. Valores do IDH próximos de 1 indicam melhores condições de vida. Tentando-se estabelecer uma relação entre o IDH e o consumo de energia per capita nos diversos países, no biênio 1991-1992, obteve-se o gráfico abaixo, onde cada ponto isolado representa um país, e a linha cheia, uma curva de aproximação.
Consumo de energia per capita (TEP/capita)* *TEP: Tonelada equivalente de petróleo. Fonte: GOLDEMBERG, J. Energia, meio ambiente e desenvolvimento. São Paulo: Edusp, 1998 |
a) quanto maior o consumo de energia per capita, menor é o IDH.
b) os países onde o consumo de energia per capita é menor que 1 TEP não apresentam bons índices de desenvolvimento humano.
c) existem países com IDH entre 0,1 e 0,3 com consumo de energia per capita superior a 8 TEP.
d) existem países com consumo de energia per capita de 1 TEP e de 5 TEP que apresentam aproximadamente o mesmo IDH, cerca de 0,7.
e) os países com altos valores de IDH apresentam um grande consumo de energia per capita (acima de 7 TEP).
Resposta: Alternativa D
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O consumo total de energia nas residências brasileiras envolve diversas fontes, como eletricidade, gás de cozinha, lenha, etc. O gráfico mostra a evolução do consumo de energia elétrica residencial, comparada com o consumo total de energia residencial, de 1970 a 1995.
tep = toneladas equivalentes de petróleo
Fonte: valores calculados através dos dados obtidos de: http://infoener.iee.usp.br/1999.
|
a) 10% para 40%.
b) 25% para 35%.
c) 10% para 60%.
d) 40% para 80%.
e) 20% para 60%.
Resposta: Alternativa C
Habilidade 3
Dada uma distribuição estatística de variável social, econômica, física, química ou biológica, traduzir e interpretar as informações disponíveis, ou reorganizá--las, objetivando interpolações ou extrapolações.
Vinte anos depois da formatura, cinco colegas de turma decidem organizar uma confraternização. Para marcar o dia e o local da confraternização, precisam comunicar-se por telefone. Cada um conhece o telefone de alguns colegas e desconhece o de outros. No quadro abaixo, o número 1 indica que o colega da linha correspondente conhece o telefone do colega da coluna correspondente; o número 0 indica que o colega da linha não conhece o telefone do colega da coluna. Exemplo: Beto sabe o telefone do Dino que não conhece o telefone do Aldo.
O número mínimo de telefonemas que Aldo deve fazer para se comunicar com Carlos é:
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Resposta: Alternativa C
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O gráfico compara o número de homicídios por grupo de 100.000 habitantes entre 1995 e 1998 nos
EUA, em estados com e sem pena de morte.
Com base no gráfico, pode-se afirmar que
a) a taxa de homicídios cresceu apenas nos estados sem pena de morte.
b) nos estados com pena de morte, a taxa de homicídios é menor que nos estados sem pena de morte.
c) no período considerado, os estados com pena de morte apresentaram taxas maiores de homicídios.
d) entre 1996 e 1997, a taxa de homicídios permaneceu estável nos estados com pena de morte.
e) a taxa de homicídios nos estados com pena de morte caiu pela metade no período considerado.
Resposta: Alternativa C
Habilidade 4
Dada uma situação-problema, apresentada em uma linguagem de determinada área de conhecimento, relacioná-la com sua formulação em outras linguagens ou vice-versa.
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo... Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer Porque sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura... (Alberto Caeiro) A tira “Hagar” e o poema de Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com linguagens diferentes, uma mesma idéia: a de que a compreensão que temos do mundo é condicionada, essencialmente,
a) pelo alcance de cada cultura.
b) pela capacidade visual do observador.
c) pelo senso de humor de cada um.
d) pela idade do observador.
e) pela altura do ponto de observação.
Resposta: Alternativa A
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SEU OLHAR
(Gilberto Gil, 1984)
Na eternidade
Eu quisera ter
Tantos anos-luz
Quantos fosse precisar
Pra cruzar o túnel
Do tempo do seu olhar
Gilberto Gil usa na letra da música a palavra composta anos-luz. O sentido prático, em geral, não é
obrigatoriamente o mesmo que na ciência. Na Física, um ano-luz é uma medida que relaciona a velocidade da luz e o tempo de um ano e que, portanto, se refere a
a) tempo.
b) aceleração.
c) distância.
d) velocidade.
e) luminosidade.
Resposta: Alternativa C
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Eu começaria dizendo que poesia é uma questão de linguagem. A importância do poeta é que ele torna mais viva a linguagem. Carlos Drummond de Andrade escreveu um dos mais belos versos da língua portuguesa com duas palavras comuns: cão e cheirando.
Um cão cheirando o futuro
(Entrevista com Mário Carvalho. Folha de S.Paulo, 24/05/1988. adaptação)
O que deu ao verso de Drummond o caráter de inovador da língua foi
a) o modo raro como foi tratado o “futuro”.
b) a referência ao cão como “animal de estimação”.
c) a flexão pouco comum do verbo “cheirar” (gerúndio).
d) a aproximação não usual do agente citado e a ação de “cheirar”.
e) o emprego do artigo indefinido “um” e do artigo definido “o” na mesma frase.
Resposta: Alternativa A
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Pequenos tormentos da vida
De cada lado da sala de aula, pelas janelas altas, o
azul convida os meninos,
as nuvens desenrolam-se, lentas como quem vai
inventando
preguiçosamente uma história sem fim...Sem fim é a
aula: e nada acontece,
nada...Bocejos e moscas. Se ao menos, pensa Margarida,
se ao menos um
avião entrasse por uma janela e saísse por outra!
(Mário Quintana. Poesias)
Na cena retratada no texto, o sentimento do tédioa) provoca que os meninos fiquem contando histórias.
b) leva os alunos a simularem bocejos, em protesto contra a monotonia da aula.
c) acaba estimulando a fantasia, criando a expectativa de algum imprevisto mágico.
d) prevalece de modo absoluto, impedindo até mesmo a distração ou o exercício do pensamento.
e) decorre da morosidade da aula, em contraste com o movimento acelerado das nuvens e das moscas.
Resposta: Alternativa C
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Leia estes textos.
Texto 1
Texto 2
Sonho Impossível
Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão.
(J. Darione – M. Leigh – Versão de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra, 1972.)
A tirinha e a canção apresentam uma reflexão sobre o futuro da humanidade. É correto concluir que os dois textos
a) afirmam que o homem é capaz de alcançar a paz.
b) concordam que o desarmamento é inatingível.
c) julgam que o sonho é um desafio invencível.
d) têm visões diferentes sobre um possível mundo melhor.
e) transmitem uma mensagem de otimismo sobre a paz.
Resposta: Alternativa D
Habilidade 5
A partir da leitura de textos literários consagrados e de informações sobre concepções artísticas, estabelecer relações entre eles e seu contexto histórico, social, político ou cultural, inferindo as escolhas dos temas, gêneros discursivos e recursos expressivos dos autores.
Não há nada mais gostoso do que o mim sujeito de verbo no infinito. Pra mim brincar. As cariocas que não sabem gramática falam assim. Todos os brasileiros deviam de querer falar como as cariocas que não sabem gramática.
— As palavras mais feias da língua portuguesa são quiçá, alhures e miúde.
(BANDEIRA, Manuel. Seleta em prosa e verso. Org.: Emanuel de Moraes. 4a. ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1986. p. 19)
Com a orientação da professora e após o debate sobre o texto de Manuel Bandeira, os alunos chegaram à seguinte conclusão:
a) uma das propostas mais ousadas do Modernismo foi a busca da identidade do povo brasileiro e o
registro, no texto literário, da diversidade das falas brasileiras.
b) apesar de os modernistas registrarem as falas regionais do Brasil, ainda foram preconceituosos em
relação às cariocas.
c) a tradição dos valores portugueses foi a pauta temática do movimento modernista.
d) Manuel Bandeira e os modernistas brasileiros exaltaram em seus textos o primitivismo da nação brasileira.
e) Manuel Bandeira considera a diversidade dos falares brasileiros uma agressão à Língua Portuguesa.
Resposta: Alternativa A
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Amor é fogo que arde sem ver;
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é solitário andar por entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões (In: Obras Completas de Camões, Lisboa, Livraria Sá da Costa, vol. 1, 1954, p. 232)
O poema tem, como característica, a figura de linguagem denominada antítese, relação de oposição
de palavras ou idéias. Assinale a opção em que essa oposição se faz claramente presente.
a) “Amor é fogo que arde sem se ver.”
b) “É um contentamento descontente.”
c) “É servir a quem se vence, o vencedor.”
d) “Mas como causar pode seu favor.”
e) “Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”
Resposta: Alternativa B
O poema pode ser considerado como um texto:
a) argumentativo.
b) narrativo.
c) épico.
d) de propaganda.
e) teatral.
Resposta: Alternativa A
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Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos:
“Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; falo somente do que falo: a
vida seca, áspera e clara do sertão; falo somente por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na
adversidade e na míngua. Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria no Nordeste.”
Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário,
a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para determinados leitores.
b) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu
texto seja lido.
c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor.
d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos
os leitores.
e) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o leitor.
Resposta: Alternativa A
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Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em
outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade.
Leia os seguintes textos:
I. Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro:
Aguilar, 1964)
II. Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.
(BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989)
III. Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Esta espécie ainda envergonhada.
(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)
Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por
a) reiteração de imagens.
b) oposição de idéias.
c) falta de criatividade.
d) negação dos versos.
e) ausência de recursos.
Resposta: Alternativa C
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E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! Minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
(BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 20. ed.)
O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu assim sobre a obra de Rubem Braga:
O que ele nos conta é o seu dia, o seu expediente de homem, apanhado no essencial, narrativa direta e
econômica. (...) É o poeta do real, do palpável, que se vai diluindo em cisma. Dá o sentimento da realidade e o remédio para ela.
Em seu texto, Rubem Braga afirma que “este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos”. Afirmação semelhante pode ser encontrada no texto de Carlos Drummond de Andrade, quando, ao analisar a obra de Braga, diz que ela é
a) uma narrativa direta e econômica.
b) real, palpável.
c) sentimento de realidade.
d) seu expediente de homem.
e) seu remédio.
Resposta: Alternativa A
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Ferreira Gullar, um dos grandes poetas brasileiros da atualidade, é autor de “Bicho urbano”, poema sobre a sua relação com as pequenas e grandes cidades.
Bicho urbano
Se disser que prefiro morar em Pirapemas
ou em outra qualquer pequena cidade do país
estou mentindo
ainda que lá se possa de manhã
lavar o rosto no orvalho
e o pão preserve aquele branco
sabor de alvorada.
[...]
A natureza me assusta.
Com seus matos sombrios suas águas
suas aves que são como aparições
me assusta quase tanto quanto
esse abismo
de gases e de estrelas
aberto sob minha cabeça.
(GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1991)
Embora não opte por viver numa pequena cidade, o poeta reconhece elementos de valor no cotidiano das pequenas comunidades. Para expressar a relação do homem com alguns desses elementos, ele recorre à sinestesia, construção de linguagem em que se mesclam impressões sensoriais diversas. Assinale a opção em que se observa esse recurso.
a) “e o pão preserve aquele branco / sabor de alvorada.”
b) “ainda que lá se possa de manhã / lavar o rosto no orvalho”
c) “A natureza me assusta. / Com seus matos sombrios suas águas”
d) “suas aves que são como aparições / me assusta quase tanto quanto”
e) “me assusta quase tanto quanto / esse abismo / de gases e de estrelas”
Resposta: Alternativa A
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No poema “Procura da poesia”, Carlos Drummond de Andrade expressa a concepção estética de
se fazer com palavras o que o escultor Michelângelo fazia com mármore. O fragmento abaixo exemplifica essa afirmação.
(...)
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
(...)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
trouxeste a chave?
Carlos Drummond de Andrade. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 13-14.
Esse fragmento poético ilustra o seguinte tema constante entre autores modernistas:
a) a nostalgia do passado colonialista revisitado.
b) a preocupação com o engajamento político e social da literatura.
c) o trabalho quase artesanal com as palavras, despertando sentidos novos.
d) a produção de sentidos herméticos na busca da perfeição poética.
e) a contemplação da natureza brasileira na perspectiva ufanista da pátria.
Resposta: Alternativa C
Habilidade 6
Com base em um texto, analisar as funções da linguagem, identificar marcas de variantes linguísticas de natureza sociocultural, regional, de registro ou de estilo, e explorar as relações entre as linguagens coloquial e formal.
SONETO DE FIDELIDADE
De tudo ao meu amor serei atento
Antes e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou ao seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama.
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(MORAES, Vinícius de. Antologia poética. São Paulo: Cia das Letras, 1992)
A palavra mesmo pode assumir diferentes significados, de acordo com a sua função na frase.
Assinale a alternativa em que o sentido de mesmo equivale ao que se verifica no 3o. verso da 1a. estrofe do poema de Vinícius de Moraes.
a) “Pai, para onde fores, / irei também trilhando as mesmas ruas...” (Augusto dos Anjos)
b) “Agora, como outrora, há aqui o mesmo contraste da vida interior, que é modesta, com a exterior,
que é ruidosa.” (Machado de Assis)
c) “Havia o mal, profundo e persistente, para o qual o remédio não surtiu efeito, mesmo em doses variáveis.” (Raimundo Faoro)
d) “Mas, olhe cá, Mana Glória, há mesmo necessidade de fazê-lo padre?” (Machado de Assis)
e) “Vamos de qualquer maneira, mas vamos mesmo.” (Aurélio)
Resposta: Alternativa C
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Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa, saber
adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo.
Para exemplificar este fato, seu professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o texto Aí, Galera, de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca com situações de discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte.
Aí, Galera
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação.
Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo “estereotipação”? E, no entanto,
por que não?
- Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
-Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos
seus lares.
- Como é?
- Aí, galera.
- Quais são as instruções do técnico?
- Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada,
na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um
contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação
momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.
- Ahn?
- É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.
- Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
- Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?
- Pode.
- Uma saudação para a minha progenitora.
- Como é?
- Alô, mamãe!
- Estou vendo que você é um, um...
- Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim
sabota a estereotipação?
- Estereoquê?
- Um chato?
- Isso.
Correio Braziliense, 13/05/1998.
O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas:
a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a saudação final dirigida à sua mãe.
b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um jogador que fala,
com desenvoltura, de modo muito rebuscado.
c) o uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão “progenitora”, por parte
do jogador.
d) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra “estereotipação”, e a fala do jogador em
“é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça”.
e) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevistado não corresponder ao estereótipo.
Resposta: Alternativa B
O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando
as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma inadequação da linguagem usada ao contexto:
a) “o carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” - um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando.
b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” - um jovem que fala para um amigo.
c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” - alguém comenta em uma reunião de trabalho.
d) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada empresa” - alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.
e) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros” - um professor universitário em um congresso internacional.
Resposta: Alternativa E
A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, em
língua culta, formal, por:
a) pegá-los na mentira.
b) pegá-los desprevenidos.
c) pegá-los em flagrante.
d) pegá-los rapidamente.
e) pegá-los momentaneamente.
Resposta: Alternativa B
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(QUINO. Mafalda inédita. São Paulo: Martins Fontes, 1993) |
Observando as falas das personagens, analise o emprego do pronome SE e o sentido que adquire no
contexto. No contexto da narrativa, é correto afirmar que o pronome SE,
a) em I, indica reflexividade e equivale a “a si mesmas”.
b) em II, indica reciprocidade e equivale a “a si mesma”.
c) em III, indica reciprocidade e equivale a “umas às outras”.
d) em I e III, indica reciprocidade e equivale a “umas às outras”.
e) em II e III, indica reflexividade e equivale a “a si mesma ” e “a si mesmas”, respectivamente.
Resposta: Alternativa E
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Diante da visão de um prédio com uma placa indicando SAPATARIA PAPALIA, um jovem deparou com a dúvida: como pronunciar a palavra PAPALIA?
Levado o problema à sala de aula, a discussão girou em torno da utilidade de conhecer as regras de acentuação e, especialmente, do auxílio que elas podem dar à correta pronúncia de palavras.
Após discutirem pronúncia, regras de acentuação e escrita, três alunos apresentaram as seguintes conclusões a respeito da palavra PAPALIA:
I. Se a sílaba tônica for o segundo PA, a escrita deveria ser PAPÁLIA, pois a palavra seria paroxítona
terminada em ditongo crescente.
II. Se a sílaba tônica for LI, a escrita deveria ser PAPALÍA, pois “i” e “a” estariam formando hiato.
III. Se a sílaba tônica for LI, a escrita deveria ser PAPALIA, pois não haveria razão para o uso de acento gráfico.
A conclusão está correta apenas em:
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) I e III
Resposta: Alternativa E
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“Precisa-se nacionais sem nacionalismo, (...) movidos pelo presente mas estalando naquele cio racial
que só as tradições maduram! (...). Precisa-se gentes com bastante meiguice no sentimento, bastante
força na peitaria, bastante paciência no entusiasmo e sobretudo, oh! sobretudo bastante vergonha na
cara!
(...) Enfim: precisa-se brasileiros! Assim está escrito no anúncio vistoso de cores desesperadas pintado sobre o corpo do nosso Brasil, camaradas.”
(Jornal A Noite, São Paulo, 18/12/1925 apud LOPES, Telê Porto Ancona. Mário de Andrade: ramais e caminhos. São Paulo: Duas Cidades, 1972)
No trecho acima, Mário de Andrade dá forma a um dos itens do ideário modernista, que é o de firmar
a feição de uma língua mais autêntica, “brasileira”, ao expressar-se numa variante de linguagem popular identificada pela (o):
a) escolha de palavras como cio, peitaria, vergonha. b) emprego da pontuação.
c) repetição do adjetivo bastante.
d) concordância empregada em Assim está escrito.
e) escolha de construção do tipo precisa-se gentes.
Resposta: Alternativa E
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O mundo é grande
O mundo é grande e cabe
Nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
Na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
No breve espaço de beijar.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.
Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as idéias relacionadas, um sentido de
a) oposição.
b) comparação.
c) conclusão.
d) alternância.
e) finalidade
Resposta: Alternativa A
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Os provérbios constituem um produto da sabedoria popular e, em geral, pretendem transmitir um
ensinamento. A alternativa em que os dois provérbios remetem a ensinamentos semelhantes é:
a) “Quem diz o que quer, ouve o que não quer” e “Quem ama o feio, bonito lhe parece”.
b) “Devagar se vai ao longe” e “De grão em grão, a galinha enche o papo”.
c) “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”
e “Não se deve atirar pérolas aos porcos”.
d) “Quem casa quer casa” e “Santo de casa não faz milagre”.
e) “Quem com ferro fere, com ferro será ferido” e “Casa de ferreiro, espeto de pau”.
Resposta: Alternativa B
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Nas conversas diárias, utiliza-se freqüentemente a palavra “próprio” e ela se ajusta a várias situações.
Leia os exemplos de diálogos:
I. A Vera se veste diferente!
- É mesmo, é que ela tem um estilo próprio.
II. A Lena já viu esse filme uma dezena de vezes! Eu não consigo ver o que ele tem de tão maravilhoso assim.
- É que ele é próprio para adolescente.
III. Dora, o que eu faço? Ando tão preocupada com o Fabinho! Meu filho está impossível!
- Relaxa, Tânia! É próprio da idade. Com o tempo, ele se acomoda.
Nas ocorrências I, II e III, “próprio” é sinônimo de, respectivamente,
a) adequado, particular, típico.
b) peculiar, adequado, característico.
c) conveniente, adequado, particular.
d) adequado, exclusivo, conveniente.
e) peculiar, exclusivo, característico.
Resposta: Alternativa B
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Cidade grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)
No trecho “Montes Claros cresceu tanto,/ (...),/ que já tem cinco favelas”, a palavra que contribui para estabelecer uma relação de conseqüência. Dos seguintes versos, todos de Carlos Drummond de Andrade, apresentam esse mesmo tipo de relação:
a) “Meu Deus, por que me abandonaste / se sabias que eu não era Deus / se sabias que eu era fraco.”
b) “No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu / a ninar nos longes da senzala – e nunca se
esqueceu / chamava para o café.”
c) “Teus ombros suportam o mundo / e ele não pesa mais que a mão de uma criança.”
d) “A ausência é um estar em mim. / E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus
braços, / que rio e danço e invento exclamações alegres.”
e) “Penetra surdamente no reino das palavras. / Lá estão os poemas que esperam ser escritos.”
Resposta: Alternativa D
Habilidade 7
Identificar e caracterizar a conservação e as transformações de energia em diferentes processos de sua geração e uso social, e comparar diferentes recursos e opções energéticas.
Na figura abaixo está esquematizado um tipo de usina utilizada na geração de eletricidade.
Analisando o esquema, é possível identificar que se trata de uma usina:
a) hidrelétrica, porque a água corrente baixa a temperatura da turbina.
b) hidrelétrica, porque a usina faz uso da energia cinética da água.
c) termoelétrica, porque no movimento das turbinas ocorre aquecimento.
d) eólica, porque a turbina é movida pelo movimento da água.
e) nuclear, porque a energia é obtida do núcleo das moléculas de água.
Resposta: Alternativa A
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Observe a situação descrita na tirinha abaixo.
Assim que o menino lança a flecha, há transformação de um tipo de energia em outra. A transformação, nesse caso, é de energia
a) potencial elástica em energia gravitacional.
b) gravitacional em energia potencial.
c) potencial elástica em energia cinética.
d) cinética em energia potencial elástica.
e) gravitacional em energia cinética.
Resposta: Alternativa C
Habilidade 8
Analisar criticamente, de forma qualitativa ou quantitativa, as implicações ambientais, sociais e econômicas dos processos de utilização dos recursos naturais, materiais ou energéticos.
A panela de pressão permite que os alimentos sejam cozidos em água muito mais rapidamente do que em panelas convencionais. Sua tampa possui uma borracha de vedação que não deixa o vapor escapar, a não ser através de um orifício central sobre o qual assenta um peso que controla a pressão. Quando em uso, desenvolve-se uma pressão elevada no seu interior. Para a sua operação segura, é necessário observar a limpeza do orifício central e a existência de uma válvula de segurança, normalmente situada na tampa. O esquema da panela de pressão e um diagrama de fase da água são apresentados a seguir.
A vantagem do uso de panela de pressão é a rapidez para o cozimento de alimentos e isto se
deve
a) à pressão no seu interior, que é igual à pressão externa.
b) à temperatura de seu interior, que está acima da temperatura de ebulição da água no local.
c) à quantidade de calor adicional que é transferida à panela.
d) à quantidade de vapor que está sendo liberada pela válvula.
e) à espessura da sua parede, que é maior que a das panelas comuns.
Resposta: Alternativa B
Habilidade 9
Compreender o significado e a importância da água e de seu ciclo para a manutenção da vida, em sua relação com condições socioambientais, sabendo quantificar variações de temperatura e mudanças de fase em processos naturais e de intervenção humana.
O sol participa do ciclo da água, pois além de aquecer a superfície da Terra dando origem aos ventos, provoca a evaporação da água dos rios, lagos e mares. O vapor da água, ao se resfriar, condensa
em minúsculas gotinhas, que se agrupam formando as nuvens, neblinas ou névoas úmidas.
As nuvens podem ser levadas pelos ventos de uma região para outra. Com a condensação e, em seguida, a chuva, a água volta à superfície da Terra, caindo sobre o solo, rios, lagos e mares. Parte dessa água evapora retornando à atmosfera, outra parte escoa superficialmente ou infiltra-se no solo, indo alimentar rios e lagos. Esse processo é chamado de ciclo da água.
Considere, então, as seguintes afirmativas:
I. a evaporação é maior nos continentes, uma vez que o aquecimento ali é maior do que nos oceanos.
II. a vegetação participa do ciclo hidrológico por meio da transpiração.
III. o ciclo hidrológico condiciona processos que ocorrem na litosfera, na atmosfera e na biosfera.
IV. a energia gravitacional movimenta a água dentro do seu ciclo.
V. o ciclo hidrológico é passível de sofrer interferência humana, podendo apresentar desequilíbrios.
a) todas as afirmativas estão corretas.
b) somente as afirmativas I, II e V estão corretas.
c) somente as afirmativas II, III, IV e V estão corretas.
d) somente a afirmativa III está correta.
e) somente as afirmativas III e IV estão corretas
Resposta: Alternativa D
Habilidade 10
Utilizar e interpretar diferentes escalas de tempo para situar e descrever transformações na atmosfera, biosfera, hidrosfera e litosfera, origem e evolução da vida, variações populacionais e modificações no espaço geográfico.
O assunto na aula de Biologia era a evolução do Homem. Foi apresentada aos alunos uma árvore filogenética, igual à mostrada na ilustração, que relacionava primatas atuais e seus ancestrais.
Após observar o material fornecido pelo professor, os alunos emitiram várias opiniões, a saber:
I. os macacos antropoides (orangotango, gorila e chimpanzé e gibão) surgiram na Terra mais ou
menos contemporaneamente ao Homem.
II. alguns homens primitivos, hoje extintos, descendem dos macacos antropoides.
III. na história evolutiva, os homens e os macacos antropoides tiveram um ancestral comum.
IV. não existe relação de parentesco genético entre
macacos antropoides e homens.
Analisando a árvore filogenética, você pode concluir que:
a) todas as afirmativas estão corretas.
b) apenas as afirmativas I e III estão corretas.
c) apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
d) apenas a afirmativa II está correta.
e) apenas a afirmativa IV está correta.
Resposta: Alternativa B
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Suponha que o universo tenha 15 bilhões de anos de idade e que toda a sua história seja distribuída
ao longo de 1 ano — o calendário cósmico —, de modo que cada segundo corresponda a 475 anos
reais e, assim, 24 dias do calendário cósmico equivaleriam a cerca de 1 bilhão de anos reais. Suponha, ainda, que o universo comece em 1o. de janeiro a zero hora no calendário cósmico e o tempo presente esteja em 31 de dezembro às 23 h 59 min 59,99 s.
A escala abaixo traz o período em que ocorreram alguns eventos importantes nesse calendário.
Se a arte rupestre representada abaixo fosse inserida na escala, de acordo com o período em que foi produzida, ela deveria ser colocada na posição indicada pela seta de número
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.
Resposta: Alternativa E
Habilidade 11
Diante da diversidade da vida, analisar, do ponto de vista biológico, físico ou químico, padrões comuns nas estruturas e nos processos que garantem a continuidade e a evolução dos seres vivos.
Matéria publicada em jornal diário discute o uso de anabolizantes (apelidados de “bombas”) por praticantes de musculação. Segundo o jornal, “os anabolizantes são hormônios que dão uma força extra aos músculos. Quem toma consegue ganhar massa muscular mais rápido que normalmente. Isso porque uma pessoa pode crescer até certo ponto, segundo sua herança genética e independentemente do quanto ela se exercite”. Um professor de musculação, diz: “Comecei a tomar bomba por conta própria. Ficava nervoso e tremia. Fiquei impotente durante uns seis meses. Mas como sou lutador de vale tudo, tenho que tomar”.
A respeito desta matéria, dois amigos fizeram os seguintes comentários:
I. o maior perigo da automedicação é seu fator anabolizante, que leva à impotência sexual.
II. o crescimento corporal depende tanto dos fatores hereditários quanto do tipo de alimentação
da pessoa, se pratica ou não esportes, se dorme as 8 horas diárias.
III. os anabolizantes devem ter mexido com o sistema circulatório do professor de musculação, pois
ele até ficou impotente.
IV. os anabolizantes são mais perigosos para os homens, pois as mulheres, além de não correrem o
risco da impotência, são protegidas pelos hormônios femininos.
Tomando como referência as informações da matéria do jornal e o que se conhece da fisiologia humana, pode-se considerar que estão corretos os comentários:
a) I, II, III e IV.
b) I, II e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III, apenas.
Resposta: Alternativa D
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São características do tipo de reprodução representado na tirinha:
a) simplicidade, permuta de material gênico e variabilidade genética.
b) rapidez, simplicidade e semelhança genética.
c) variabilidade genética, mutação e evolução lenta.
d) gametogênese, troca de material gênico e complexidade.
e) clonagem, gemulação e partenogênese.
Resposta: Alternativa B
Habilidade 12
Analisar fatores socioeconômicos e ambientais associados ao desenvolvimento, às condições de vida e saúde de populações humanas, por meio da interpretação de diferentes indicadores.
Em uma aula de Biologia, o seguinte texto é apresentado:
LAGOA AZUL ESTÁ DOENTE
Os vereadores da pequena cidade de Lagoa Azul estavam discutindo a situação da Saúde no Município.
A situação era mais grave com relação a três doenças: doença de Chagas, Esquistossomose e Ascaridíase (lombriga). Na tentativa de prevenir novos casos, foram apresentadas várias propostas:
Proposta 1: Promover uma campanha de vacinação.
Proposta 2: Promover uma campanha de educação
da população com relação a noções básicas de higiene, incluindo fervura de água.
Proposta 3: Construir rede de saneamento básico.
Proposta 4: Melhorar as condições de edificação das moradias e estimular o uso de telas nas
portas e janelas e mosquiteiros de filó.
Proposta 5: Realizar campanha de esclarecimento sobre os perigos de banhos nas lagoas.
Proposta 6: Aconselhar o uso controlado de inseticidas.
Proposta 7: Drenar e aterrar as lagoas do município.
Em relação à Esquistossomose, a situação é complexa, pois o ciclo de vida do verme que causa a
doença tem vários estágios, incluindo a existência de um hospedeiro intermediário, um caramujo aquático que é contaminado pelas fezes das pessoas doentes.
Analisando as medidas propostas, o combate à doença terá sucesso se forem implementadas:
a) 1 e 6, pois envolvem a eliminação do agente causador da doença e de seu hospedeiro intermediário.
b) 1 e 4, pois além de eliminar o agente causador da doença, também previne o contato do transmissor com as pessoas sãs.
c) 4 e 6, pois envolvem o extermínio do transmissor da doença.
d) 1, 4 e 6, pois atingirão todas as fases do ciclo de vida do agente causador da doença, incluindo o
seu hospedeiro intermediário.
e) 3 e 5, pois prevenirão a contaminação do hospedeiro intermediário pelas fezes das pessoas doentes
e a contaminação de pessoas sãs por águas contaminadas.
Resposta: alternativa E
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Para o combate da Ascaridíase, a proposta que trará maior benefício social, se implementada pela Prefeitura, será:
a) 1.
b) 3.
c) 3.
d) 6.
e) 4.
Resposta: Alternativa B
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Você sabe que a doença de Chagas é causada por um protozoário (Trypanosoma cruzi) transmitido
por meio da picada de insetos hematófagos (barbeiros).
Das medidas propostas no texto, as mais efetivas na prevenção dessa doença são:
a) 1 e 2.
b) 1 e 3.
c) 4 e 6
d) 3 e 5.
e) 2 e 3.
.
Resposta: Alternativa C
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Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros.
Sobre a temática dos “Retirantes”, Portinari também escreveu o seguinte poema:
(...)
Os retirantes vêm vindo com trouxas e embrulhos
Vêm das terras secas e escuras; pedregulhos
Doloridos como fagulhas de carvão aceso
Corpos disformes, uns panos sujos,
Rasgados e sem cor, dependurados
Homens de enorme ventre bojudo
Mulheres com trouxas caídas para o lado
Pançudas, carregando ao colo um garoto
Choramingando, remelento
(...)
(Cândido Portinari. Poemas. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1964.)
No texto de Portinari, algumas das pessoas descritas provavelmente estão infectadas com o verme Schistosoma mansoni. Os “homens de enorme ventre bojudo” corresponderiam aos doentes da chamada “barriga d’água”. O ciclo de vida do Schistosoma mansoni e as condições sócio-ambientais de um local são fatores determinantes para maior ou menor incidência dessa doença. O aumento da incidência da esquistossomose deve-se à presença de
a) roedores, ao alto índice pluvial e à inexistência de programas de vacinação.
b) insetos hospedeiros e indivíduos infectados e à inexistência de programas de vacinação.
c) indivíduos infectados e de hospedeiros intermediários e à ausência de saneamento básico.
d) mosquitos, a inexistência de programas de vacinação e à ausência de controle de águas paradas.
e) gatos e de alimentos contaminados e à ausência de precauções higiênicas.
Resposta: Alternativa C
Habilidade 13
Compreender o caráter sistêmico do planeta e reconhecer a importância da biodiversidade para preservação da vida, relacionando condições do meio e intervenção humana.
No início deste século, com a finalidade de possibilitar o crescimento da população de veados no
planalto de Kaibab, no Arizona (EUA), moveu-se uma caçada impiedosa aos seus predadores – pumas, coiotes e lobos. No gráfico abaixo, a linha cheia indica o crescimento real da população de veados, no período de 1905 a 1940; a linha pontilhada indica a expectativa quanto ao crescimento da população de veados, nesse mesmo período, caso o homem não tivesse interferido em Kaibab.
Para explicar o fenômeno que ocorreu com a população de veados após a interferência do homem, o
mesmo estudante elaborou as seguintes hipóteses e/ou conclusões:
I) lobos, pumas e coiotes não eram, certamente, os únicos e mais vorazes predadores dos veados;
quando estes predadores, até então desapercebidos, foram favorecidos pela eliminação de seus
competidores, aumentaram numericamente e quase dizimaram a população de veados.
II) a falta de alimentos representou para os veados um mal menor que a predação.
III) ainda que a atuação dos predadores pudesse representar a morte para muitos veados, a predação
demonstrou-se um fator positivo para o equilíbrio dinâmico e sobrevivência da população como um todo.
IV) a morte dos predadores acabou por permitir um crescimento exagerado da população de veados, isto levou à degradação excessiva das pastagens, tanto pelo consumo excessivo como pelo seu pisoteamento.
O estudante, desta vez, acertou se indicou as alternativas:
a) I, II, III e IV.
b) I, II e III, apenas.
c) I, II e IV, apenas.
d) II e III, apenas.
e) III e IV, apenas.
Resposta: Alternativa E
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Alunos de uma escola no Rio de Janeiro são convidados a participar de uma excursão ao Parque Nacional de Jurubatiba. Antes do passeio, eles leem o trecho de uma reportagem publicada em uma revista:
“Jurubatiba será o primeiro parque nacional em área de restinga, num braço de areia com 31 quilômetros de extensão, formado entre o mar e dezoito lagoas. Numa área de 14.000 hectares, ali vivem jacarés, capivaras, lontras, tamanduás-mirins, além de milhares de aves e de peixes de água doce e salgada.Os peixes de água salgada, na época das cheias, passam para as lagoas, onde encontram abrigo, voltando ao mar na cheia seguinte. Nos terrenos mais baixos, próximos aos lençóis freáticos, as plantas têm água suficiente para aguentar longas secas. Já nas áreas planas, os cactos são um dos poucos vegetais que proliferam, pintando o areal com um verde pálido.”
Depois de ler o texto, os alunos podem supor que, em Jurubatiba, os vegetais que sobrevivem nas
áreas planas têm características tais como:
a) quantidade considerável de folhas, para aumentar a área de contato com a umidade do ar nos dias
chuvosos.
b) redução na velocidade da fotossíntese e realização ininterrupta desse processo, durante as 24 horas.
c) caules e folhas cobertos por espessas cutículas que impedem o ressecamento e a conseqüente perda
de água.
d) redução do calibre dos vasos que conduzem a água e os sais minerais da raiz aos centros produtores do vegetal, para evitar perdas.
e) crescimento sob a copa de árvores frondosas, que impede o ressecamento e conseqüente perda de
água.
Resposta: Alternativa C
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Na charge, a arrogância do gato com relação ao comportamento alimentar da minhoca, do ponto de vista biológico,
a) não se justifica, porque ambos, como consumidores, devem “cavar” diariamente o seu próprio alimento.
b) é justificável, visto que o felino possui função superior à da minhoca numa teia alimentar.
c) não se justifica, porque ambos são consumidores primários em uma teia alimentar.
d) é justificável, porque as minhocas, por se alimentarem de detritos, não participam das cadeias alimentares.
e) é justificável, porque os vertebrados ocupam o topo das teias alimentares.
Resposta: Alternativa a
Habilidade 14
Diante da diversidade de formas geométricas planas e espaciais, presentes na natureza ou imaginadas, caracterizá-las por meio de propriedades, relacionar seus elementos, calcular comprimentos, áreas ou volumes, e utilizar o conhecimento geométrico para leitura, compreensão e ação sobre a realidade.
Uma garrafa cilíndrica está fechada, contendo um líquido que ocupa quase completamente seu corpo,
conforme mostra a figura. Suponha que, para fazer medições, você disponha apenas de uma régua milimetrada.
Para calcular o volume do líquido contido na garrafa, o número mínimo de medições a serem realizadas é:
a) 1.
b) 2.
c) 4.
d) 5.
e) 3.
Resposta: Alternativa B
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Para calcular a capacidade total da garrafa, lembrando que você pode virá-la, o número mínimo de
medições a serem realizadas é:
a) 1.
b) 4.
c) 3.
d) 2.
e) 5.
Resposta: Alternativa C
Habilidade 15
Reconhecer o caráter aleatório de fenômenos naturais ou não e utilizar em situações-problema processos de contagem, representação de frequências relativas, construção de espaços amostrais, distribuição e cálculo de probabilidades.
Em um concurso de televisão, apresentam-se ao participante 3 fichas voltadas para baixo, estando representadas em cada uma delas as letras T, V e E. As fichas encontram-se alinhadas em uma ordem
qualquer. O participante deve ordenar as fichas ao seu gosto, mantendo as letras voltadas para baixo,
tentando obter a sigla TVE. Ao desvirá-las, para cada letra que esteja na posição correta ganhará um prêmio de R$ 200,00.
A probabilidade de o participante não ganhar qualquer prêmio é igual a:
Resposta: Alternativa B
Habilidade
Analisar, de forma qualitativa ou quantitativa, situações-problema referentes a perturbações ambientais, identificando fonte, transporte e destino dos poluentes, reconhecendo suas transformações; prever efeitos nos ecossistemas e no sistema produtivo e propor formas de intervenção para reduzir e controlar os efeitos da poluição ambiental.
Um dos problemas ambientais decorrentes da industrialização é a poluição atmosférica. Chaminés altas lançam ao ar, entre outros materiais, o dióxido de enxofre (SO2) que pode ser transportado por muitos quilômetros em poucos dias. Dessa forma, podem ocorrer precipitações ácidas em regiões distantes, causando vários danos ao meio ambiente (chuva ácida).
Um dos danos ao meio ambiente diz respeito à corrosão de certos materiais. Considere as seguintes
obras:
I) monumento Itamarati - Brasília (mármore).
II) esculturas do Aleijadinho - MG (pedra sabão, contém carbonato de cálcio).
III) grades de ferro ou alumínio de edifícios.
A ação da chuva ácida pode acontecer em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
Resposta: Alternativa E
Habilidade 17
Na obtenção e produção de materiais e de insumos energéticos, identificar etapas, calcular rendimentos, taxas e índices, e analisar implicações sociais, econômicas e ambientais.
Seguem abaixo alguns trechos de uma matéria da revista Superinteressante, que descreve hábitos de um morador de Barcelona (Espanha), relacionando-os com o consumo de energia e efeitos sobre o ambiente.
“Apenas no banho matinal, por exemplo, um cidadão utiliza cerca de 50 litros de água, que depois terá que ser tratada. Além disso, a água é aquecida consumindo 1,5 quilowatt-hora (cerca de 1,3 milhões de calorias), e para gerar essa energia foi preciso perturbar o ambiente de alguma maneira....”
“Na hora de ir para o trabalho, o percurso médio dos moradores de Barcelona mostra que o carro libera 90 gramas do venenoso monóxido de carbono e 25 gramas de óxidos de nitrogênio ... Ao mesmo tempo, o carro consome combustível equivalente a 8,9 kwh.”
“Na hora de recolher o lixo doméstico... quase 1 kg por dia. Em cada quilo há aproximadamente 240 gramas de papel, papelão e embalagens; 80 gramas de plástico; 55 gramas de metal; 40 gramas de material biodegradável e 80 gramas de vidro.”
No trecho I, a matéria faz referência ao tratamento necessário à água resultante de um banho.
As afirmações abaixo dizem respeito a tratamentos e destinos dessa água. Entre elas, a mais plausível é a de que a água:
a) passa por peneiração, cloração, floculação, filtração e pós-cloração, e é canalizada para os rios.
b) passa por cloração e destilação, sendo devolvida aos consumidores em condições adequadas para
ser ingerida.
c) é fervida e clorada em reservatórios, onde fica armazenada por algum tempo antes de retornar aos
consumidores.
d) passa por decantação, filtração, cloração e, em alguns casos, por fluoretação, retornando aos consumidores.
e) não pode ser tratada devido à presença do sabão, por isso é canalizada e despejada em rios.
Resposta: Alternativa D
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Também com relação ao trecho I, supondo a existência de um chuveiro elétrico, pode-se afirmar que:
a) a energia usada para aquecer o chuveiro é de origem química, transformando-se em energia elétrica.
b) a energia elétrica é transformada no chuveiro em energia mecânica e, posteriormente, em energia
térmica.
c) o aquecimento da água deve-se à resistência do chuveiro, onde a energia elétrica é transformada
em energia térmica.
d) a energia térmica consumida nesse banho é posteriormente transformada em energia elétrica.
e) Como a geração da energia perturba o ambiente, pode-se concluir que sua fonte é algum derivado
do petróleo.
Resposta: Alternativa C
Habilidade 18
Valorizar a diversidade dos patrimônios etnoculturais e artísticos, identificando-a em suas manifestações e representações em diferentes sociedades, épocas e lugares.
Texto 1
“Mulher, Irmã, escuta-me: não ames,
Quando a teus pés um homem terno e curvo
jurar amor, chorar pranto de sangue,
Não creias, não, mulher: ele te engana!
As lágrimas são gotas da mentira
E o juramento manto da perfídia.”
Joaquim Manoel de Macedo
Texto 2
“Teresa, se algum sujeito bancar o
sentimental em cima de você
E te jurar uma paixão do tamanho de um
bonde
Se ele chorar
Se ele ajoelhar
Se ele se rasgar todo
Não acredite não Teresa
É lágrima de cinema
É tapeação
Mentira
CAI FORA”
Manuel Bandeira
Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima sugerem que:
a) há um tratamento idealizado da relação homem/mulher.
b) há um tratamento realista da relação homem/mulher.
c) a relação familiar é idealizada.
d) a mulher é superior ao homem.
e) a mulher é igual ao homem.
Resposta: Alternativa A
Habilidade 19
Confrontar interpretações diversas de situações ou fatos de natureza histórico-geográfica, técnico-científica, artístico-cultural ou do cotidiano, comparando diferentes pontos de vista, identificando os pressupostos de cada interpretação e analisando a validade dos argumentos utilizados.
A figura de Getúlio Vargas, como personagem histórica, é bastante polêmica, devido à complexidade
e à magnitude de suas ações como presidente do Brasil durante um longo período de quinze anos
(1930-1945). Foram anos de grandes e importantes mudanças para o país e para o mundo. Pode-se perceber o destaque dado a Getúlio Vargas pelo simples fato de este período ser conhecido no Brasil como a “Era Vargas”.
Entretanto, Vargas não é visto de forma favorável por todos. Se muitos o consideram como um fervoroso nacionalista, um progressista ativo e o “Pai dos Pobres”, existem outros tantos que o definem como ditador oportunista, um intervencionista e amigo das elites.
Considerando as colocações acima, responda à questão seguinte, assinalando a alternativa correta:
Provavelmente você percebeu que as duas opiniões sobre Vargas são opostas, defendendo valores praticamente antagônicos. As diferentes interpretações do papel de uma personalidade histórica podem ser explicadas, conforme uma das opções abaixo. Assinale-a.
a) Um dos grupos está totalmente errado, uma vez que a permanência no poder depende de idéias
coerentes e de uma política contínua.
b) O grupo que acusa Vargas de ser ditador está totalmente errado. Ele nunca teve uma orientação
ideológica favorável aos regimes politicamente fechados e só tomou medidas duras forçado pelas
circunstâncias.
c) Os dois grupos estão certos. Cada um mostra Vargas da forma que serve melhor aos seus interesses, pois ele foi um governante apático e fraco – um verdadeiro marionete nas mãos das elites da época.
d) O grupo que defende Vargas como um autêntico nacionalista está totalmente enganado. Poucas
medidas nacionalizantes foram tomadas para iludir iludir os brasileiros, devido à política populista do varguismo, e ele fazia tudo para agradar aos grupos estrangeiros.
e) Os dois grupos estão errados, por assumirem características parciais e, às vezes conjunturais, como
sendo posturas definitivas e absolutas.
Resposta: Alternativa E
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A conversa entre Mafalda e seus amigos
a) revela a real dificuldade de entendimento entre posições que pareciam convergir.
b) desvaloriza a diversidade social e cultural e a capacidade de entendimento e respeito entre as pessoas.
c) expressa o predomínio de uma forma de pensar e a possibilidade de entendimento entre posições
divergentes.
d) ilustra a possibilidade de entendimento e de respeito entre as pessoas a partir do debate político
de idéias.
e) mostra a preponderância do ponto de vista masculino nas discussões políticas para superar divergências.
Resposta: Alternativa A
Habilidade 20
Comparar processos de formação socioeconômica, relacionando-os com seu contexto histórico e geográfico.
Você está estudando o abolicionismo no Brasil e ficou perplexo ao ler o seguinte documento:
Texto 1
Discurso do deputado baiano Jerônimo Sodré Pereira – Brasil 1879
No dia 5 de março de 1879, o deputado baiano Jerônimo Sodré Pereira, discursando na Câmara, afirmou que era preciso que o poder público olhasse para a condição de um milhão de brasileiros, que jazem ainda no cativeiro. Nessa altura do discurso foi aparteado por um deputado que disse: BRASILEIROS, NÃO”.
Em seguida, você tomou conhecimento da existência do Projeto Axé (Bahia), nos seguintes termos:
Texto 2
Projeto Axé, Lição de cidadania – 1998 – Brasil
Na língua africana Iorubá, axé significa força mágica. Em Salvador, Bahia, o Projeto Axé conseguiu fazer, em apenas três anos, o que sucessivos governos não foram capazes: a um custo dez vezes inferior ao de projetos governamentais, ajuda meninos e meninas de rua a construírem projetos de vida, transformando-os de pivetes em cidadãos.
A receita do Axé é simples: competência pedagógica, administração eficiente, respeito pelo menino, incentivo, formação e bons salários para os educadores.
Criado em 1991 pelo advogado e pedagogo italiano Cesare de Florio La Rocca, o Axé atende hoje a mais de duas mil crianças e adolescentes. A cultura afro, forte presença na Bahia, dá o tom do
Projeto Erê (entidade criança do candomblé), a parte cultural do Axé. Os meninos participam da banda mirim do Olodum, do Ilé Ayê e de outros blocos, jogam capoeira e têm um grupo de teatro.
Todas as atividades são remuneradas. Além da bolsa semanal, as crianças têm alimentação, uniforme e vale-transporte.
Com a leitura dos dois textos, você descobriu que a cidadania:
a) jamais foi negada aos cativos e seus descendentes.
b) foi obtida pelos ex-escravos tão logo a abolição fora decretada.
c) não era incompatível com a escravidão.
d) ainda hoje continua incompleta para milhões de brasileiros.
e) consiste no direito de eleger deputados.
Resposta: Alternativa D
Habilidade 21
Dado um conjunto de informações sobre uma realidade histórico-geográfica, contextualizar e ordenar os eventos registrados, compreendendo a importância dos fatores sociais, econômicos, políticos ou culturais.
Os efeitos abomináveis das armas nucleares já foram sentidos pelos japoneses há mais de 50 anos
(1945). Vários países têm, isoladamente, capacidade nuclear para comprometer a vida na Terra. Montar o seu sistema de defesa é um direito de todas as nações, mas um ato irresponsável ou um descuido pode desestruturar, pelo medo ou uso, a vida civilizada em vastas regiões. A não-proliferação de armas nucleares é importante.
No 1o. domingo de junho de 98, Índia e Paquistão rejeitaram a condenação da ONU, decorrente da
explosão de bombas atômicas pelos dois países, a título de teste nuclear e comemoradas com festa,
especialmente no Paquistão. O governo paquistanês (país que possui maioria da população muçulmana) considerou que a condenação não levou em conta o motivo da disputa: o território de CAXEMIRA, pelo qual já travaram 3 guerras desde sua independência (em 1947, do Império Britânico, que tinha o Subcontinente Indiano como colônia). Dois terços da região, de maioria muçulmana, pertencem à Índia e 1/3 ao Paquistão.
Sobre o tempo e os argumentos podemos dizer que:
a) a bomba atômica não existia no mundo antes de o Paquistão existir como país.
b) a força não tem sido usada para tentar resolver os problemas entre Paquistão e Índia.
c) Caxemira tornou-se um país independente em 1947.
d) os governos da Índia e Paquistão encontram-se numa perigosa escalada de solução de problemas pela força.
e) diferentemente do século anterior, no início do século XX, o Império Britânico não tinha mais expressão mundial.
Resposta: Alternativa D
Com base nessas informações, assinale a opção correta a respeito do pedágio nas cidades mencionadas.
a) A preocupação comum entre os países que adotaram o pedágio urbano foi o aumento de arrecadação pública.
b) A Europa foi pioneira na adoção de pedágio urbano como solução para os problemas de tráfego em
avenidas.
c) Caso a prefeitura da cidade brasileira mencionada adote a cobrança do pedágio em vias urbanas, isso dará seqüência as experiências implantadas sucessivamente em Cingapura, Noruega, Coréia do Sul e Inglaterra.
d) Nas experiências citadas, houve redução do volume de tráfego coletivo e individual na proporção
inversa do aumento da velocidade no trânsito.
e) O número de cidades europeias que já adotaram o pedágio urbano corresponde ao dobro do número
de cidades asiáticas que o fizeram.
Alternativa c
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