1. (Fuvest-2001)A única frase que NÃO apresenta desvio em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma culta é:
a) O
governador insistia em afirmar que o assunto principal seria “as
grandes questões nacionais”, com o que discordavam líderes pefelistas
b) Enquanto
Cuba monopolizava as atenções de um clube, do qual nem sequer pediu
para integrar, a situação dos outros países passou despercebida
c) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação social
d) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um morador não muito consciente com a limpeza da cidade
e) O
roteiro do filme oferece uma versão de como conseguimos um dia preferir
a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra, a aventura à repetição
2. (FUVEST)Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas correspondentes.
A arma ___ se feriu desapareceu.
Estas são as pessoas ___ lhe falei.
Aqui está a foto ___ me referi.
Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava.
Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos.
a) que, de que, à que, cujo, que
b) com que, que, a que, cujo qual, onde
c) com que, das quais, a que, de cujo, onde
d) com a qual, de que, que, do qual, onde
e) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja
3. (Enem – 2010)Após
estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que
abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus
mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho
no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a
intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita
Malfatti e outros modernistas
a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas nacionais
b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional
c) representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática educativa
d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica
e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados
4. Sobre a Semana de Arte Moderna e o Modernismo, estão corretas as seguintes proposições:
I. Inserida nas festividades em comemoração do centenário da
independência do Brasil, em 1922, a Semana de Arte Moderna apresentou-se
como a primeira manifestação coletiva pública na história cultural
brasileira a favor de um espírito novo e moderno em oposição à cultura e
à arte de teor conservador, predominantes no país desde o século XIX.
II. As discussões em torno da necessidade de renovação das artes surgem
em meados da década de 1910, em textos de revistas e em exposições. Em
1921, já existia, por parte de intelectuais como Oswald de Andrade e
Menotti Del Picchia, a intenção de transformar as comemorações do
centenário em momento de emancipação artística.
III. A dimensão verbivocovisual (conceito criado pelo poeta irlandês
James Joyce que trata de uma área da linguística que participa das
vantagens da comunicação não verbal sem abdicar das virtualidades da
palavra) permeia toda a produção artística da poesia e da prosa
modernista, que valorizava também a interação da poesia com a música.
IV. Apesar das primeiras manifestações modernistas terem surgido em São
Paulo, na década de 1910, foi apenas a partir de 1922 que o movimento
ganhou visibilidade fora da capital paulista, alcançando outras partes
do país. A ampla divulgação dos ideais modernistas deveu-se,
principalmente, à Semana de Arte Moderna.
V. Manuel Bandeira participou ativamente da organização da Semana de
Arte Moderna. O poeta foi considerado o mais radical entre os primeiros
modernistas, uma vez que sua obra representa um dos cortes mais
profundos do Modernismo brasileiro em relação à cultura do passado.
a) I e V estão corretas
b) III e IV estão corretas
c) III e V estão corretas
d) I, II e IV estão corretas
e) II, III e V estão corretas
5. (UNIFESP – SP)
SENHOR FEUDAL
Se Pedro Segundo
Vier aqui
Com história
Eu boto ele na cadeia.
Oswald de Andrade
O título do poema de Oswald remete o leitor à Idade Média. Nele, assim
como nas cantigas de amor, a ideia de poder retoma o conceito de
a) fé religiosa
b) relação de vassalagem
c) idealização do amor
d) saudade de um ente distante
e) igualdade entre as pessoas
6. Leia:
(...)
Eu tenho uma ideia.
Eu não tenho a
menor ideia.
Uma frase em
cada linha.
Um golpe de
exercício.
Memórias de
Copacabana. Santa Clara às três da tarde.
Autobiografia.
Não,
biografia.
Mulher.
Papai Noel e
os marcianos.
Billy the Kid
versus Drácula.
Drácula versus
Billy the Kid.
Muito
sentimental.
Agora pouco
sentimental.Pensa no seu amor de hoje que sempre dura menos que o seu
amor de ontem.
Gertrude:
estas são ideias bem comuns.
Apresenta a
jazz-band.
Não, toca
blues com ela.
Esta é a minha
vida.
Atravessa a
ponte.
(...)
(Ana Cristina
Cesar, A teus pés. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 9.)
Esse trecho do
poema de abertura de A teus pés, de Ana Cristina Cesar,
a) expressa nostalgia do
passado, visto que
mobiliza referências à cultura pop dos anos 1970.
b) requisita a
participação do leitor, já que as referências biográficas são fragmentárias
c) exclui a
dimensão biográfica, pois
se refere a personagens imaginários e de ficção
d) tematiza a
descrença na poesia, uma vez que a poeta se contradiz continuamente
e) nenhuma das alternativas
7. As caridades odiosas
Foi em uma tarde de sensibilidade
ou de suscetibilidade?
Eu passava pela rua depressa,
emaranhada nos
meus pensamentos, como às vezes
acontece. Foi quando
meu vestido me reteve: alguma
coisa se enganchara na
minha saia. Voltei-me e vi que se
tratava de uma mão
pequena e escura. Pertencia a um
menino a que a sujeira
e o sangue interno davam um tom
quente de pele. O
menino estava de pé no degrau da
grande confeitaria.
Seus olhos, mais do que suas
palavras meio engolidas,
informavam-me de sua paciente
aflição. Paciente demais.
Percebi vagamente um pedido,
antes de compreender o
seu sentido concreto. Um pouco
aturdida eu o olhava, ainda
em dúvida se fora a mão da criança
o que me ceifara os
pensamentos.
– Um doce, moça, compre um doce
pra mim.
Acordei finalmente. O que estivera
pensando antes de
encontrar o menino? O fato é que o
pedido deste pareceu
cumular uma lacuna, dar uma
resposta que podia servir
para qualquer pergunta, assim
como uma grande chuva
pode matar a sede de quem queria
uns goles de água.
Sem olhar para os lados, por pudor
talvez, sem querer
espiar as mesas da confeitaria onde
possivelmente algum
conhecido tomava sorvete, entrei,
fui ao balcão e disse com
uma dureza que só Deus sabe
explicar: um doce para o
menino.
De que tinha eu medo? Eu não
olhava a criança,
queria que a cena, humilhante para
mim, terminasse logo.
Perguntei-lhe: que doce você...
Antes de terminar, o menino disse
apontando depressa
com o dedo: aquelezinho ali, com
chocolate por cima. Por
um instante perplexa, eu me
recompus logo e ordenei, com
aspereza, à caixeira que o servisse.
– Que outro doce você quer?
Perguntei ao menino
escuro.
Este, que mexendo as mãos e a
boca ainda esperava
com ansiedade pelo primeiro,
interrompeu-se, olhou-me um
instante e disse com delicadeza
insuportável, mostrando
os dentes: não precisa de outro não.
Ele poupava a minha
bondade.
– Precisa sim, cortei eu ofegante,
empurrando-o para
a frente. O menino hesitou e disse:
aquele amarelo de
ovo. Recebeu um doce em cada
mão, levantando as duas
acima da cabeça, com medo talvez
de apertá-los. Mesmo
os doces estavam tão acima do
menino escuro. E foi sem
olhar para mim que ele, mais do que
foi embora, fugiu. A
caixeirinha olhava tudo:
– Afinal, uma alma caridosa
apareceu. Esse menino
estava nesta porta há mais de uma
hora, puxando todas
GRAMÁTICA
as pessoas que passavam, mas
ninguém quis dar.
Fui embora, com o rosto corado de
vergonha. De vergonha
mesmo? Era inútil querer voltar aos
pensamentos
anteriores. Eu estava cheia de um
sentimento de amor,
gratidão, revolta e vergonha. Mas,
como se costuma dizer,
o sol parecia brilhar com mais força.
Eu tivera a oportunidade
de... E para isso fora necessário um
menino magro
e escuro... E para isso fora
necessário que outros não lhe
tivessem dado um doce.
LISPECTOR, Clarice. As caridades
odiosas. In: A descoberta do
mundo.
Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 249.
1.
Assinale a alternativa incorreta em
relação ao texto lido.
a) O menino comunica sua
aflição pelo olhar.
b) No primeiro contato com a
personagem narradora, o
menino expressa sua timidez por
meio de “palavras meio
engolidas”.
c) A personagem narradora,
que estava distraída em seus
pensamentos, foi surpreendida por
um menino.
d) Ao comprar um doce para
o menino na confeitaria, a
personagem narradora tem como
objetivo fazer amizade
com esse menino.
e) Na frase “sem olhar para
os lados, por pudor talvez, sem
querer espiar as mesas da
confeitaria onde possivelmente
algum conhecido tomava sorvete”, a
personagem narradora revela preocupação com
a opinião alheia
8. O título As caridades odiosas
sugere que, no íntimo de
cada um de nós, há certo bloqueio,
aversão, uma reação
negativa para atender pedintes na
rua. Marque a alternativa
que traduz o mal-estar da cronista
causado pela presença
do menino de rua.
a) “Eu passava pela rua
depressa, emaranhada nos meus
pensamentos, como às vezes
acontece.”
b) “Percebi vagamente um
pedido, antes de compreender
o seu sentido concreto.”
c) “De que tinha eu medo?
Eu não olhava a criança, queria
que a cena, humilhante para mim,
terminasse logo.”
d) “Antes de terminar, o
menino disse apontando depressa
com o dedo: aquelezinho ali, com
chocolate por cima.”
e) “E para isso fora
necessário que outros não lhe
tivessem
dado um doce.”
9. Segundo o texto, é correto afirmar:
a) O menino foi embora, isto
é, fugiu com os doces, depois
de agradecer.
b) Com desejo de saciar sua
fome, o menino escolheu
vários doces apetitosos.
c) Quando a narradora foi
surpreendida pelo pedido do
menino, não houve tempo para
ajudá-lo, pois o garoto
sumiu rapidamente.
d) A atitude da personagem
narradora, ao pedir um doce
GRAMÁTICA
para o menino, na confeitaria, foi no
sentido de exibir-se
em público.
e) Para que a narradora
pudesse exercitar sua caridade,
foram necessários o pedido do
menino e a negativa dos
outros em lhe dar um doce
10. Em todos os seguintes trechos, a
palavra ou expressão
destacada pode ser substituída pelo
termo entre parênteses,
sem se alterar o sentido original do
texto, exceto em:
a) “Um pouco aturdida eu o
olhava, (...)” (temerosa)
b) “(...) ainda em dúvida se
fora a mão da criança o que
me ceifara os pensamentos.”
(cortara)
c) “Sem olhar para os lados,
por pudor talvez, sem querer
espiar as mesas da confeitaria onde
possivelmente
algum conhecido tomava
sorvete,(...)” (vergonha)
d) “Por um instante perplexa,
eu me recompus logo (...)”
(espantada)
e) “(...) e ordenei, com
aspereza, à caixeira que o
servisse.”
(austeridade)
Gabarito
1E
2C
3A
4D
5B
6B
7D
8C
9E
10E
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