segunda-feira, 1 de julho de 2019

Simulado com dez questões e gabarito - Modernismo Brasileiro (Vanguardas)


1. (Fuvest-2001)A única frase que NÃO apresenta desvio em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma culta é:
a) O governador insistia em afirmar que o assunto principal seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam líderes pefelistas
b) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros países passou despercebida
c) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação social
d) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um morador não muito consciente com a limpeza da cidade
e) O roteiro do filme oferece uma versão de como conseguimos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra, a aventura à repetição


2. (FUVEST)Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas correspondentes.
A arma ___ se feriu desapareceu.
Estas são as pessoas ___ lhe falei.
Aqui está a foto ___ me referi.
Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava.
Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos.
a) que, de que, à que, cujo, que
b) com que, que, a que, cujo qual, onde
c) com que, das quais, a que, de cujo, onde
d) com a qual, de que, que, do qual, onde
e) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja


3. (Enem – 2010)Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros modernistas
a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas nacionais
b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional
c) representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática educativa
d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica
e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados


4. Sobre a Semana de Arte Moderna e o Modernismo, estão corretas as seguintes proposições:
I. Inserida nas festividades em comemoração do centenário da independência do Brasil, em 1922, a Semana de Arte Moderna apresentou-se como a primeira manifestação coletiva pública na história cultural brasileira a favor de um espírito novo e moderno em oposição à cultura e à arte de teor conservador, predominantes no país desde o século XIX.
II. As discussões em torno da necessidade de renovação das artes surgem em meados da década de 1910, em textos de revistas e em exposições. Em 1921, já existia, por parte de intelectuais como Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, a intenção de transformar as comemorações do centenário em momento de emancipação artística.
III. A dimensão verbivocovisual (conceito criado pelo poeta irlandês James Joyce que trata de uma área da linguística que participa das vantagens da comunicação não verbal sem abdicar das virtualidades da palavra) permeia toda a produção artística da poesia e da prosa modernista, que valorizava também a interação da poesia com a música.
IV. Apesar das primeiras manifestações modernistas terem surgido em São Paulo, na década de 1910, foi apenas a partir de 1922 que o movimento ganhou visibilidade fora da capital paulista, alcançando outras partes do país. A ampla divulgação dos ideais modernistas deveu-se, principalmente, à Semana de Arte Moderna.
V. Manuel Bandeira participou ativamente da organização da Semana de Arte Moderna. O poeta foi considerado o mais radical entre os primeiros modernistas, uma vez que sua obra representa um dos cortes mais profundos do Modernismo brasileiro em relação à cultura do passado.
a) I e V estão corretas
b) III e IV estão corretas
c) III e V estão corretas
d) I, II e IV estão corretas
e) II, III e V estão corretas


5. (UNIFESP – SP)
SENHOR FEUDAL
Se Pedro Segundo
Vier aqui
Com história
Eu boto ele na cadeia.
Oswald de Andrade
O título do poema de Oswald remete o leitor à Idade Média. Nele, assim como nas cantigas de amor, a ideia de poder retoma o conceito de
a) fé religiosa
b) relação de vassalagem
c) idealização do amor
d) saudade de um ente distante
e) igualdade entre as pessoas


6. Leia:
(...)   
Eu  tenho uma ideia.
Eu não tenho a menor ideia.
Uma frase em cada linha.
Um golpe de exercício.
Memórias de Copacabana. Santa Clara às três da tarde.
Autobiografia.
Não, biografia.
Mulher.
Papai Noel e os marcianos.
Billy the Kid versus Drácula.
Drácula versus Billy the Kid.
Muito sentimental.
Agora pouco sentimental.Pensa no seu amor de hoje que sempre dura menos que o seu    
amor de ontem.
Gertrude: estas são ideias bem comuns.
Apresenta a jazz-band.
Não, toca blues com ela.
Esta é a minha vida.
Atravessa a ponte.
(...) 
(Ana Cristina Cesar, A teus pés. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 9.)
Esse trecho do poema de abertura de A teus pés, de Ana Cristina Cesar,
a) expressa  nostalgia  do  passado,  visto  que  mobiliza referências à cultura pop dos anos 1970.
b) requisita a participação do leitor, já que as referências biográficas são fragmentárias
c) exclui  a  dimensão  biográfica,  pois  se  refere  a personagens imaginários e de ficção
d) tematiza a descrença na poesia, uma vez que a poeta se contradiz continuamente
e) nenhuma das alternativas


7. As caridades odiosas Foi em uma tarde de sensibilidade ou de suscetibilidade? Eu passava pela rua depressa, emaranhada nos meus pensamentos, como às vezes acontece. Foi quando meu vestido me reteve: alguma coisa se enganchara na minha saia. Voltei-me e vi que se tratava de uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino a que a sujeira e o sangue interno davam um tom quente de pele. O menino estava de pé no degrau da grande confeitaria. Seus olhos, mais do que suas palavras meio engolidas, informavam-me de sua paciente aflição. Paciente demais. Percebi vagamente um pedido, antes de compreender o seu sentido concreto. Um pouco aturdida eu o olhava, ainda em dúvida se fora a mão da criança o que me ceifara os pensamentos. – Um doce, moça, compre um doce pra mim. Acordei finalmente. O que estivera pensando antes de encontrar o menino? O fato é que o pedido deste pareceu cumular uma lacuna, dar uma resposta que podia servir para qualquer pergunta, assim como uma grande chuva pode matar a sede de quem queria uns goles de água. Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido tomava sorvete, entrei, fui ao balcão e disse com uma dureza que só Deus sabe explicar: um doce para o menino. De que tinha eu medo? Eu não olhava a criança, queria que a cena, humilhante para mim, terminasse logo. Perguntei-lhe: que doce você... Antes de terminar, o menino disse apontando depressa com o dedo: aquelezinho ali, com chocolate por cima. Por um instante perplexa, eu me recompus logo e ordenei, com aspereza, à caixeira que o servisse. – Que outro doce você quer? Perguntei ao menino escuro. Este, que mexendo as mãos e a boca ainda esperava com ansiedade pelo primeiro, interrompeu-se, olhou-me um instante e disse com delicadeza insuportável, mostrando os dentes: não precisa de outro não. Ele poupava a minha bondade. – Precisa sim, cortei eu ofegante, empurrando-o para a frente. O menino hesitou e disse: aquele amarelo de ovo. Recebeu um doce em cada mão, levantando as duas acima da cabeça, com medo talvez de apertá-los. Mesmo os doces estavam tão acima do menino escuro. E foi sem olhar para mim que ele, mais do que foi embora, fugiu. A caixeirinha olhava tudo: – Afinal, uma alma caridosa apareceu. Esse menino estava nesta porta há mais de uma hora, puxando todas GRAMÁTICA as pessoas que passavam, mas ninguém quis dar. Fui embora, com o rosto corado de vergonha. De vergonha mesmo? Era inútil querer voltar aos pensamentos anteriores. Eu estava cheia de um sentimento de amor, gratidão, revolta e vergonha. Mas, como se costuma dizer, o sol parecia brilhar com mais força. Eu tivera a oportunidade de... E para isso fora necessário um menino magro e escuro... E para isso fora necessário que outros não lhe tivessem dado um doce. LISPECTOR, Clarice. As caridades odiosas. In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 249. 1. Assinale a alternativa incorreta em relação ao texto lido.
a) O menino comunica sua aflição pelo olhar.
b) No primeiro contato com a personagem narradora, o menino expressa sua timidez por meio de “palavras meio engolidas”.
c) A personagem narradora, que estava distraída em seus pensamentos, foi surpreendida por um menino.
d) Ao comprar um doce para o menino na confeitaria, a personagem narradora tem como objetivo fazer amizade com esse menino.
e) Na frase “sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido tomava sorvete”, a personagem narradora revela preocupação com a opinião alheia


8. O título As caridades odiosas sugere que, no íntimo de cada um de nós, há certo bloqueio, aversão, uma reação negativa para atender pedintes na rua. Marque a alternativa que traduz o mal-estar da cronista causado pela presença do menino de rua.
a) “Eu passava pela rua depressa, emaranhada nos meus pensamentos, como às vezes acontece.”
b) “Percebi vagamente um pedido, antes de compreender o seu sentido concreto.”
c) “De que tinha eu medo? Eu não olhava a criança, queria que a cena, humilhante para mim, terminasse logo.”
d) “Antes de terminar, o menino disse apontando depressa com o dedo: aquelezinho ali, com chocolate por cima.”
e) “E para isso fora necessário que outros não lhe tivessem dado um doce.”


9. Segundo o texto, é correto afirmar:
a) O menino foi embora, isto é, fugiu com os doces, depois de agradecer.
b) Com desejo de saciar sua fome, o menino escolheu vários doces apetitosos.
c) Quando a narradora foi surpreendida pelo pedido do menino, não houve tempo para ajudá-lo, pois o garoto sumiu rapidamente.
d) A atitude da personagem narradora, ao pedir um doce GRAMÁTICA para o menino, na confeitaria, foi no sentido de exibir-se em público.
e) Para que a narradora pudesse exercitar sua caridade, foram necessários o pedido do menino e a negativa dos outros em lhe dar um doce



10. Em todos os seguintes trechos, a palavra ou expressão destacada pode ser substituída pelo termo entre parênteses, sem se alterar o sentido original do texto, exceto em:
a) “Um pouco aturdida eu o olhava, (...)” (temerosa)
b) “(...) ainda em dúvida se fora a mão da criança o que me ceifara os pensamentos.” (cortara)
c) “Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido tomava sorvete,(...)” (vergonha)
d) “Por um instante perplexa, eu me recompus logo (...)” (espantada)
e) “(...) e ordenei, com aspereza, à caixeira que o servisse.” (austeridade)

Gabarito
1E
2C
3A
4D
5B
6B
7D
8C
9E
10E

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