sábado, 19 de maio de 2018

Pense rápido: Interpretação de texto


TEXTO 1


A REVOLUÇÃO DIGITAL
Texto e papel. Parceiros de uma história de êxitos. Pareciam feitos um para o outro.
 Disse "pareciam", assim, com o verbo no passado, e já me explico: estão em processo de separação.
 Secular, a união não ruirá do dia para a noite. Mas o divórcio virá, certo como o pôr-do-sol a cada fim de tarde.
 O texto mantinha com o papel uma relação de dependência. A perpetuação da escrita parecia condicionada à produção de celulose.
 Súbito, a palavra descobriu um novo meio de propagação: o cristal líquido. Saem as árvores. Entram as nuvens de elétrons.
 A mudança conduz a veredas ainda inexploradas. De concreto há apenas a impressão de que, longe de enfraquecer, a ebulição digital tonifica a escrita.
 E isso é bom. Quando nos chega por um ouvido, a palavra costuma sair por outro. Vazando-nos pelos olhos, o texto inunda de imagens a alma.
 Em outras palavras: falada, a palavra perde-se nos desvãos da memória; impressa, desperta o cérebro, produzindo uma circulação de idéias que gera novos textos.
 A Internet é, por assim dizer, um livro interativo. Plugados à rede, somos, autores e leitores. Podemos visitar as páginas de um clássico da literatura. Ou simplesmente arriscar textos próprios.
 Otto Lara Resende costumava dizer que as pessoas haviam perdido o gosto pela troca de correspondências. Antes de morrer, brindou-me com dois telefonemas. Em um deles prometeu:
"Mando-te uma carta qualquer dia desses".
 Não sei se teve tempo de render-se ao computador. Creio que não. Mas, vivo, Otto estaria surpreso com a popularização crescente do correio eletrônico.
 O papel começa a experimentar o mesmo martírio imposto à pedra quando da descoberta do papiro. A era digital está revolucionando o uso do texto. Estamos virando uma página. Ou, por outra, estamos pressionando a tecla "enter".

(SOUZA, Josias de. A revolução digital. Folha de São Paulo, São Paulo, 6 de maio de 1996. Caderno Brasil, p. 2.)

TEXTO 2

Com o Document Centre a Xerox reinventa a copiadora
XEROX DOCUMENT CENTRE

A Revolução Digital
O mercado evolui. A Xerox revoluciona. Todo o poder da tecnologia digital chega ao seu escritório com o mais avançado sistema de processamento de documentos: Document Centre. Uma copiadora que também é impressora, fax e scanner, com capacidade de realizar as operações simultaneamente. Para você copiar, imprimir, receber, enviar, criar, transformar, alterar, arquivar e recuperar documentos com mais facilidade, menor manuseio de papel e maior segurança. O novo software Centreware permite explorar e gerenciar o equipamento de acordo com as suas necessidades, a partir do seu computador, via rede e até mesmo via Internet. Document Centre é tudo isso e mais a garantia e a assistência técnica que só a Xerox pode lhe oferecer.

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TEXTO 3


CHEGA DE BLABLABLÁ
É impressionante como as pessoas teorizam sobre a Internet - sem perceber sua essência
Por que, enfim, não tratar a Internet como aquilo que ela realmente é: um arquivo praticamente ilimitado à nossa disposição, que podemos acessar ou deixar de lado com um simples clique. Em suma, uma janela que podemos abrir ou fechar em busca de conhecimento original e sociabilidade - e também um território sem lei em que podemos exercitar e dar vazão às nossas fantasias e piros mais profundos.
(...)
 Posso estar errado, caro leitor, mas acredito sinceramente estar mais que na hora de a Internet começar a ser vista sem contorcionismos intelectuais e blablablás teóricos. Embora, de acordo com suas convicções, muitos ainda insistam em vê-la como o bicho-papão deste final de milênio ou uma revolução nas relações humanas, em sua essência a rede mundial é muito simples: milhões de computadores ligados entre si e cada um deles a uma tomada. Um fenômeno, portanto, com duas faces bem nítidas. A primeira, mágica, são as possibilidades infinitas que essa teia labiríntica de micros pode nos proporcionar, para o bem ou para o mal. A segunda, singela e eficaz como uma roda, é o fato de podermos ligá-la e desligá-la a qualquer instante. Feito um interruptor de luz, igualzinho a uma torneira, como qualquer outro eletrodoméstico: torradeira, máquina de lavar, aspirador. Para descobrir isso, ninguém precisa ser intelectual. E, muito menos, ficar sem tomar sol por uma semana.

(GANDRA, José Ruy. Chega de blablablá. Info Exame, São Paulo, n. 145, p.182, abr. 1998. Adaptado.)

7. Em relação à internet, diferentemente do Texto 1, o Texto 3 apresenta:
a) uma análise provocadora da maneira como a rede tem sido compreendida.
b) uma interpretação tendenciosa da manipulação tecnológica de dados.
c) uma caracterização otimista das possibilidades tecnológicas atuais.
d) uma representação objetiva da interação entre usuário e computador.
e) uma teorização contraditória, pois o autor não consegue se decidir se a internet é boa ou ruim.






Resposta: Alternativa A

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