Imagine que, ao ler a matéria “Cães vão tomar uma
‘gelada’ com cerveja pet”, você se sente incomodado por não haver nela nenhuma
alusão aos possíveis efeitos que esse tipo de produto pode ter sobre o consumo
de álcool, especialmente por adolescentes.
Como leitor assíduo, você vem
acompanhando o debate sobre o álcool na
adolescência e decide escrever uma carta
para a seção Leitor do jornal,
criticando a matéria por não mencionar o problema do aumento do consumo de álcool.
Nessa carta, dirigida aos redatores do jornal, você
deverá:
·
fazer menção à matéria publicada, de modo que mesmo
quem não a tenha lido entenda a importância da crítica que você faz;
·
fundamentar a sua crítica com dados apresentados na
matéria “Vergonha Nacional”, reproduzidos adiante.
Atenção: ao assinar a carta, use apenas as
iniciais do remetente.
Cães vão tomar uma “gelada” com cerveja pet
Produto feito especialmente para
cachorros chega ao mercado nacional em agosto
Uniformizado, Manolito não só bebeu a gelada durante o jogo contra o Boca Juniors como latiu sem parar até o fim da partida.
Desenvolvida
pelo centro de tecnologia e formação de cervejeiros do Senai, no Rio de
Janeiro, a bebida canina é feita à base de malte e extrato de carne; não tem
álcool, lúpulo, nem gás
carbônico. O dono da
empresa promete uma linha completa de “petiscos líquidos”, que inclui suco,
vinho e champanhe. A lista de
produtos humanos em versões animais não para de crescer.
Já
existem molhos, tempero para ração e até patê.
O sorvete
Ice Pet é uma boa opção para o verão. A sobremesa tem menos lactose, não tem
gorduras nem açúcar. (Adaptado de Ricardo
Bunduky, Folha de São Paulo, São
Paulo, 22 julh.2012, Cotidiano 3 p.)
Vergonha nacional
As décadas de
descumprimento da lei (...) contribuíram para que os adultos se habituassem a
ver o consumo de bebidas entre adolescentes como “mal menor”, comparado aos
perigos do mundo. (...) Um estudo publicado pela revista Drugs and Alcohol Dependence ouviu 15.000 jovens nas 27 capitais
brasileiras. O cenário que emerge do estudo é alarmante. Ao longo de um ano, um
em cada três jovens brasileiros de 14 a 17 anos se embebedou ao menos uma vez.
Em 54% dos casos mais recentes, isso ocorreu na sua casa ou na de amigos ou
parentes. Os números confirmam também a leniência com que os adultos encaram a
transgressão. Em 17% dos episódios, os menores estavam acompanhados dos
próprios pais ou de tios.
Resultados da pesquisa
realizada com 15.000 jovens de 14 a 17 anos nas 27 capitais brasileiras
Quantas
vezes se embebedou
|
|
Onde ficou embriagado
(na última vez em que bebeu)
|
|
Com
quem bebeu
(na última vez em que
bebeu)
|
|||
Nenhuma vez
|
12%
|
Bar
|
35%
|
Amigos
|
50%
|
||
Uma vez na vida
|
35%
|
Casa de amigos
|
30%
|
Irmãos e primos
|
26%
|
||
Ao menos uma vez no último ano
|
32%
|
Casa de parentes
|
13%
|
Pais ou tios
|
17%
|
||
Própria casa
|
11%
|
Namorado
|
5%
|
||||
Ao menos uma vez no último mês
|
21%
|
Festas ou praia
|
11%
|
Sozinho
|
2%
|
||
|
|
(Adaptado
de Revista Veja, Editora Abril, São
Paulo, no 28, 11 julh. 2012, p. 81-82.)
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