Leia:
Os diamantes
Um
casal de índios vivia, juntamente com sua tribo, à beira de um rio da região
Centro-Oeste. Ele, um guerreiro poderoso e valente, chamava-se Itagibá, que
significa "braço forte". Ela, uma jovem e bela moça, tinha o nome de
Potira, que quer dizer "flor". Viviam os dois muito felizes, quando
sua tribo foi atacada por outros selvagens da vizinhança.
Começou
a guerra e Itagibá teve de acompanhar os outros guerreiros que iam lutar contra
o inimigo. Quando se despediram, Potira não deixou cair uma só lágrima, mas
seguiu, com o olhar muito triste, o marido que se afastava em sua canoa que
descia o rio.
Todos
os dias, Potira, com muita saudade, ia para a margem do rio, esperar o esposo.
Passou-se muito tempo. Quando os guerreiros da tribo regressaram à sua taba,
Itagibá não estava entre eles. Potira soube, então, que seu marido morreu
lutando bravamente. Ao receber essa notícia, a jovem índia chorou muito. E
passou o resto da vida a chorar.
Tupã,
o deus dos índios, ficou com dó e transformou as lágrimas de Potira em
diamantes, que se misturaram com a areia do rio. É por isso, dizem, que os
diamantes são encontrados entre os cascalhos e areias do rio. Eles são as
lágrimas de saudade e de amor da índia Potira.
Disponível em: http://www.potyguar.com.br .
Questão
1 – O texto lido é do
gênero:
a) conto b)
lenda c) notícia d) artigo enciclopédico
Questão
2 – Identifique o
objetivo do texto:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Questão 3 – Em “Eles são as lágrimas de
saudade e de amor da índia Potira.”, a forma pronominal sublinhada substitui,
considerando-se o contexto, o termo:
_____________________________________________________________________________
Questão 4 – Grife no
trecho, a seguir, os adjetivos utilizados na caracterização dos personagens:
“Ele, um guerreiro poderoso e valente, chamava-se Itagibá, que significa
"braço forte". Ela, uma jovem e bela moça, tinha o nome de Potira,
que quer dizer "flor".
Questão 5 – Assinale a passagem que caracteriza o
clímax da história:
a) “Viviam os
dois muito felizes, quando sua tribo foi atacada por outros selvagens da
vizinhança.”
b) “Começou a
guerra e Itagibá teve que acompanhar os outros guerreiros que iam lutar [...]”.
c) “Potira
soube, então, que seu marido morreu lutando bravamente.”.
d) “Tupã, o deus
dos índios, ficou com dó e transformou as lágrimas de Potira em diamantes
[...]”.
Questão 6 – Em todos os segmentos, percebe-se, de
forma explícita, a progressão do tempo, exceto em:
a) “Todos os
dias, Potira, com muita saudade, ia para a margem do rio, esperar o esposo.”.
b) “Passou-se
muito tempo.”.
c) “Quando os
guerreiros da tribo regressaram à sua taba, Itagibá não estava entre eles.”.
d) “E passou o
resto da vida a chorar.”.
Questão 7 – Há o predomínio no texto de sequências
do tipo:
a) expositivo b) descritivo c) argumentativo d) narrativo
Questão 8 – No trecho “Tupã, o deus dos índios,
ficou com dó e transformou as lágrimas de Potira em diamantes [...]”, a inserção anteriormente destacada exerce a
função de:
a) predicativo do sujeito b) aposto c) vocativo d) complemento nominal
Questão 9 - Na
frase “Começou a guerra e Itagibá teve de acompanhar os outros
guerreiros que iam lutar contra o inimigo.”, o fato expresso pela locução
verbal evidenciada indica:
a) obrigação b) promessa c) desejo d)
hipótese
(Enem 2012 - Segundo Dia) A substituição do haver por ter em construções existenciais, no
português do Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da
história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à
aplicação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase
arcaica.
Mattos e
Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência
de ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em
textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se
evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos
clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial
com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século
XVIII por Said Ali.
Como se vê,
nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da
língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e
prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e
dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e,
através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra?
CALLOU, D. A propósito de
norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado, In:
Cadernos de Letras da UFF, n.° 36, 2008. Disponível em: www.uff.br. Acesso em:
26 fev. 2012 (adaptado).
Para a autora, a substituição
de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que
a) o estabelecimento de uma
norma prescinde de uma pesquisa histórica.
b) os estudo clássicos de
sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua.
c) a avaliação crítica e
hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma.
d) a adoção de uma única norma
revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos.
e) os comportamentos puristas
são prejudiciais à compreensão da constituição linguística.